quinta-feira, 24 de abril de 2014

Andar na chuva sem se molhar?

Como continuação do post anterior, já que ambos tratam da chamada paisagem íntima, gostaria de compartilhar com vocês o vídeo da obra "Rain Room". Ela foi criada pela England’s Random International e utiliza câmeras 3D como sensores para sentir a presença da pessoa que passa pelo quarto. Quando alguém passa, os sensores acima acompanham o movimento e as válvulas são ligadas e desligadas de acordo.
Além do próprio espetáculo, a instalação definitivamente não seria a mesma sem a luz,  o som e cheiro. Isso eu já aprendi, nada em uma obra de arte está ali por acaso.
Esse vídeo foi feito durante a permanência dessa instalação no MoMA (Museu de Arte Moderna), um dos mais famosos museus do mundo, localizado em Nova York. Essa exposição, é claro, atraiu muitos visitantes no ano de 2013.
A grande proposta da instalação é questionar essa relação do homem e do meio ambiente e também, explorar os desafios ambientais que enfrentamos em contrapartida com os avanços tecnológicos.



"Vai ser uma espécie de transe, tudo o que não ouvi dizer é que é algo agradável"  (frase retirada do vídeo)
 
E o desejo de viver essa experiência aqui no Brasil hein?!

Paisagem íntima

Recentemente, durante uma aula de Estética e Teoria da Arte II, a professora falava sobre Romantismo. Ela exemplificou esse movimento artístico com uma obra de Caspar David Friedrich chamada "Monge à beira-mar".  A qual trabalha o tema da relação expressiva entre natureza e homem, que começa a aparecer no final do século XVIII na Europa.
Seguindo a explicação, a professora ainda fez uma comparação com uma obra contemporânea de Charly Nijensohn, "El naufragio de los hombres", com o propósito de mostrar a resistência desse tema.


E qual seria o nome dele?
Paisagem íntima. 

Bem, aquela aula mexeu comigo. Percebo que essas obras contém uma carga, pois são profundas, tanto visualmente como conceitualmente falando. Portanto, nada mais comum do que mexerem com o nosso interior.

Na verdade, a obra de Charly Nijensohn me lembrou  uma foto feita por mim para um trabalho no período passado. Claro que esta foi feita com um espelho, mas as fotos da série de fotografias do artista contemporâneo foram em Salar de Uyuni, Bolívia,  sobre um espelho d'água.

Refleti, refleti e acabei fazendo um humilde poema sobre:

O que seria uma paisagem íntima?
Talvez aquilo que escondemos de mais lindo
Ou aquilo que escondemos de mais sombrio 
O que sabemos é que está dentro
Dentro de todos nós
Mas fora também
Presente em atitudes e comportamentos
Temos nossas verdades, anseios, desejos e medos 
E isso tudo acaba construindo uma paisagem 
Uma paisagem que revela nossas almas 
Ou não
Podemos optar por não relevar 
Mas o legal da vida é compartilhar 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Programa "Arte brasileira"

O novo programa do canal GNT "Arte brasileira" me chamou a atenção logo de cara. Primeiramente, porque a arte contemporânea é, muitas vezes, uma grande interrogação na minha cabeça. Então, já que o programa retrata a vida profissional e pessoal de 8 artistas brasileiros contemporâneos, vi uma oportunidade de esclarecer ideias e conhecer melhor cada um deles. Por enquanto tenho gostado, os artistas falam bastante sobre a própria produção e isso é importante para compreendermos melhor. 
São eles: Beatriz Milhazes, Tunga, Luiz Zerbini, Jonathas de Andrade, Adriana Varejão, Ernesto Neto, Vik Muniz e Renata Lucas. Todos reconhecidos no Brasil e em diversos lugares do mundo.
"Arte Brasileira" é dirigido pelo mesmo criador de "Casa Brasileira", já exibido no GNT, Alberto Renault. 
Abaixo, tentei selecionar uma obra de cada um desses artistas: 
Tunga
Beatriz Milhazes

Jonathas de Andrade
Luiz Zerbini

Adriana Varejão
Renata Lucas
Ernesto Neto





Vik Muniz
Aquela velha história... Sempre acabamos estudando o passado e deixamos o presente para depois. Mas no caso da arte essa ordem cronológica não importa muito (postura defendida pelo Instituto de Artes da UERJ), basta sabermos colocar cada movimento artístico no seu devido lugar, conseguir compará-los e ter a consciência de que as inovações que artistas propuseram aconteceram fundamentadas em uma história. 
A produção de arte reflete o mundo em que vivemos. E se a arte contemporânea parece confusa para você, basta se perguntar se não é o mundo que está confuso de uma maneira geral. Já que somos bombardeados com informações e imagens a todo momento. 
Para saber mais sobre o programa: http://gnt.globo.com/artebrasileira/

Fica a dica! 

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Visita ao MAM - Ron Mueck

A exposição mais falada do início de 2014 no Rio de Janeiro é definitivamente a de Ron Mueck com curadoria de Grazia Quaroni. O artista plástico australiano está expondo no Museu de Arte Moderna do Rio (MAM) desde o dia 20 de março até 1º de junho. Antes, a exposição passou por Paris e Buenos Aires e o sucesso tende a continuar absoluto como o tamanho da fila demonstra. 
Com um acervo pequeno de aproximadamente 40 obras, o artista Ron Mueck expõe nove de suas esculturas hiper-realistas feitas de resina, fibra de vidro, silicone e acrílico, perfeitas e impressionantes de todos os ângulos. No entanto, apesar da precisão nos detalhes, a escala é desconcertante e causa diferentes sensações só de observarmos de perto. 

"Drift" (2009)
"Man in a Boat" (2002)


"Mask II" (2002), um autorretrato de Mueck que mostra seu rosto adormecido, uma forma incomum de se auto representar e que reforça a ideia dos sonhos como fonte de inspiração para suas obras.
"Youth" (2009)




























"Couple Under a Umbrella" (2013)





























Estando dentro de uma universidade de artes eu observo que muitas pessoas influentes do mundo das artes não costumam, principalmente quando tem como referência a arte contemporânea, valorizar tanto a questão do hiper-realismo (gênero que utiliza a pintura e a escultura de forma semelhante a qualidade de uma fotografia em alta resolução) pois acreditam ser algo ultrapassado e superado. No entanto, vejo que diversos artistas desse estilo vão além da representação do real em seus trabalhos, chocando e nos fazendo refletir. Como por exemplo o próprio Ron Mueck. 
Além da exposição citada, acontece no MAM: A inusitada coleção de Sylvio Perlstein, Acervo MAM: obras restauradas, 4x3: a arte do cartaz de cinema, Genealogias do contemporâneo - coleção Gilberto Chateaubriand MAM e coleção MAM. Todas fantásticas! 
A observação que faço agora é sobre exatamente isso. Enquanto o andar das obras de Ron Mueck estava superlotado o resto se encontrava um tanto quanto vazio, o que eu achei estranho e desproveitoso pois ali estão obras importantes de artistas como Marcel Duchamp, Cildo Meireles, Yves Klein e Lygia Clark. 

Vá, visite todas as amostras, aprecie, tire foto, tudo que tem direito. 
Bom programa! 






Endereço do MAM: Av. Infante Dom Henrique, 85 - Parque do Flamengo.

Biblioteca Parque Estadual do Centro

A grande notícia do mês de março para os moradores do Rio de Janeiro é a reinauguração da Biblioteca Parque Estadual do Centro (BPE) que aconteceu no último dia 29 após quatro anos de obras. 
Além do espaço dedicado ao acervo, o local também contará com um estúdio de som e vídeo, teatro, auditório e uma área de exposição. A programação da BPE contém também shows e palestras na agenda.  
Com curadoria de Miguel Jost e consultoria de conteúdo da filha e da neta do poeta, Maria e Julia de Moraes, a mostra de reabertura se chama Vinicius de Moraes – 100 anos e terá oito instalações que contarão a história do artista.




Na verdade, a cidade é bastante carente de lugares como esse, que englobam tantas atividades. Eu, inclusive, sentia falta de lugares públicos para estudar e quando me deparei com a reportagem no jornal O Globo fiquei super feliz. Ainda não fiz minha visita mas de semana que vem com certeza não passa.
A programação da BPE contém também shows e palestras na agenda.  
Confira abaixo: 

Teatro

02/04: Show com Adriana Calcanhoto
16/04: Leitura da peça Orfeu com Nós do Morro
23/04: Show com Miúcha 
30/04: Show com Toquinho
21/05: Show com Mariana de Moraes
04/06: Show com Paula Morelenbaun
11/06: Show com Edu Lobo

Auditório 

09/04: "Uma conversa sobre Orfeu da Conceição", mesa com Haroldo Costa e João Máximo
07/05: Palestra "A produção literária de Vinicius de Moraes e sua relação com o mercado editorial", mesa com Eucanaã Ferraz e Luiz Schwarcz
14/05:  Palestra "O Rio dos anos 50 e o surgimento da Bossa Nova", com Ruy Castro
28/05: "A obra poética de Vinicius de Moraes", mesa com Antônio Cicero e Paulo Henriques Britto


  • Biblioteca verde

No espaço a geração de energia será feita com o uso de fontes renováveis e a partir do reaproveitamento de água da chuva. O que a torna ainda mais legal!

Endereço: Avenida Presidente Vargas, 126, Centro, Rio de Janeiro