sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Rafael Sanzio

Disciplina: Pintura - Processos e Modalidades


A janela do Renascimento foi aberta, principalmente, por Rafael Sanzio.  Juntamente com Michelangelo e Leonardo da Vinci, também considerados grandes mestres do Alto Renascimento. Os três artistas inauguraram as principais características desse período: perspectiva, o contraste de luz e sombra, esfumado ao invés de traços para delinear as formas, realismo,  variação de cores frias e quentes e a presença de um ponto de fuga único.
A Alta Renascença significou a constituição dos ideias do movimento renascentista:  o humanismo, a noção de autonomia da arte, a emancipação do artista de sua condição de artesão, a busca pela fidelidade à natureza, e o conceito de gênio.  A influência classicista atinge sua perfeição nesse período e a pintura de Rafael representa claramente essa moderação, autocontrole e dignidade.
Rafael nasceu no ano de 1483 e foi um mestre da pintura e da arquitetura na escola de Florença durante o Renascimento italiano. Seu pai, Giovanni Santi, o ensinou a pintar quando ainda era criança. Depois se tornou aprendiz de Pietro Perugino, com quem aprendeu a técnica do afresco. No entanto, algo que o diferencia de seu mestre  e ao mesmo tempo o enaltece como artista é a perfeição e suavidade de suas obras.
O casamento da Virgem (1504) foi sua primeira obra mais conhecida. Um dos últimos quadros que Rafael pintou em Florença pois em 1508 é convidado pelo Papa Julio II para trabalhar em Roma. Esse quadro representa o casamento da Virgem Maria com São José e foi feita em têmpera e óleo.

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A obra retrata a entrega do anel, ou seja, o momento mais importante que sela o compromisso da união. Os convidados são divididos por gênero, isto é, as mulheres ficam ao lado de Maria e os homem ao lado de José. Além disso, a flor presente no bastão de José, representa que é ele o escolhido para ser o pai de Jesus Cristo.
A varianção de cores frias e quentes traz consigo uma simbologia própria. O azul representa a pureza e a divindade, enquanto o vermelho, o sangue de Jesus. O manto dourado de José representa sua grandeza e honra por ter sido escolhido.
O casamento da Virgem é considerado o pilar principal para explicar a perspectiva renascentista. O cenário é confundido com uma representação teatral e as proporções de espaço demostram claramente a ideia de profundidade. Nota-se ainda que Rafael tinha uma visão mais delicada e sua disposição de figuras era diferente em relação ao seu professor, Perugino.
A mudança de Rafael para Roma lhe trouxe o posto de Príncipe dos Pintores. O artista logo conquistou a fama e trabalhou principalmente na decoração dos apartamento de Júlio no Vaticano. Uma série de obras-primas, como por exemplo A Escola de Atenas (1509), pintado na Stanza della Segnatura, o tornou o artista mais procurado da cidade.
A Escola de Atenas mostra um grupo de filósofos de diferentes épocas históricas ao redor de Aristóteles e Platão, ilustrando a continuidade do pensamento platônico e também o diálogo entre empirismo e idealismo. Rafael pintou os maiores filósofos antigos como amigos que discutiam a filosofia em si. Pode-se identificar no afresco também vários sábios e seu auto-retrato: Pitágoras de Samos, Parmênides de Elea,
Zeno de Elea, Sócrates, Xenofonte, Alcibíades, Diógenes, Heráclito, Epicuro, Euclides, Ptolomeu, Zoroastro e Averroes. Rafael muito influenciado pela visão do Papa, demonstrou o poder da Igreja Romana através do humanismo e do neoplatonismo.
Nesse período o centro cultural renascentista passou de Florença para Roma pois havia a proteção do papado e o crescente número de artistas.
Após a morte de Júlio II, suas funções continuaram sob o poder do novo papa, Leão X.  Suas habilidades artísitcas não só continuaram como aumentaram, ele assumiu a criação de altares, retratos, cenários teatrais, cartões para tapeçarias e projetos arquitetônicos.  Segundo o biógrafo Giorgio Vasari, seu prestígio era tão grande que Leão X chegou a cogitar na possibilidade de fazê-lo cardeal.  Em 1514, Rafael foi nomeado como arquiteto do Vaticano e assumiu ainda mais tarefas, como por exemplo as obras na basílica de São Pedro.
Sua última obra, a Transfiguração (1517) foi encomendade pelo Cardeal Giulio de Medici e é baseada na transfiguração de Jesus, descrita no Novo Testamente da Bíblia. A obra se difere do estilo sereno e apresenta uma nova interpretação, de um mundo turbulento e dinâmico, assim como, a posterior expressão barroca.  
Rafael, como competente cidadão, adquirou diveresas funções: supervisionamento da preservação de preciosas inscrições latinas em mármore, encarregado geral de todas as antiguidades romanas, fez um exame detalhado da estrutura e dos elementos arquitetônicos do Panteão, projetou as linhas da importante Villa Madama em Roma, projeta também a Capela Chigui, Santa Maria del Popolo e as várias salas no Palazzo Pontefici, inclusive a Stanza della Segnatura.
Muito honrado por todos, Rafael morreu em Roma no dia do seu aniversário de 37 anos.




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